#9 - A gente precisa de um descanso
Sobre descansar um pouco do trabalho e ter momentos de tédio
No mês passado, voltei a trabalhar no meu projeto atual. Depois de quatro meses pegando poeira no google docs, achei melhor voltar a mexer nele. Preciso terminar esse livro, dar um final à meus personagens e a essa história que planejei lá em janeiro desse ano.
A verdade é que, lá em abril, eu tava cansado. Se escrever um livro já da trabalho, imagina conciliar tudo isso com os estudos? A situação tava complicada.
Com muita dificuldade e esforço, continuei até o final de abril. Me lembro de abrir o arquivo em um ou outro dia de maio, escrever duas linhas e fechar a guia. Só isso. Sem grandes mudanças. A história estava parada.
Passa junho; um mês bem cheio. Eu não estava escrevendo e também sumi das minhas redes sociais; parei de criar conteúdo, de postar com frequência. Então, chega julho.
Fui viajar nesse mês, o que me ajudou a refletir sobre a situação da minha escrita. A ideia de criar essa newsletter foi tipo uma luz no fim do túnel; eu quria me expressar de alguma forma e, ao mesmo tempo, desenferrujar a minha escrita.
Junto disso, comecei a escrever um conto; apenas por escrever. Sem compromisso - falei sobre isso na 1ª edição.
Enfim, chega agosto. O mês de “60 dias”; lento e parado, sem nenhum feriado. Sem graça.
Aconteceram algumas coisas importantes na minha vida pessoal no mês passado, que não têm nada a ver com a escrita.
Em algum momento, estams no meio pro fim do mês. Nem sei como passou tão rápido; não era o que eu esperava.
Eu estava em casa; se eu não me engano, no dia 20, até que uma ideia veio na minha cabeça. O meu livro; meus personagens, o que eu já tinha escrito até agora. Pensei em tudo isso.
Então, liguei o computador, abri o documento, li alguns dos capítulos anteriores. Eu tive um pouco de dificuldade pra lembrar de onde parei, mas depois de alguns dias, finalmente voltei a escrever meu livro.
Foi só naquele momento que eu percebi o quanto senti falta disso. As risadas e lágrimas provocadas por cenas criadas por mim mesmo, a pena dos personagens - mesmo sabendo que fui eu que coloquei eles nessa situação - , a vontade de escrever mais e mais.
Nesse mês, teve a bienal do livro. Eu fui nos dias 7 e 15. Comprei livros, conheci pessoas incríveis e que admiro muito; consegui aproveitar o evento.
Ao longo do mês todo, fui me adaptando novamente à minha história; voltando aos eixos. Mudei algumas coisas no meu processo de escrita; não na escrita do livro em si, mas meu processo criativo.
Parei de usar sites de estatísticas de escrita. Tô cansado deles, sério! É sempre uma quantidade de palavras que não consigo cumprir, ou gráficos e mais dados que mostram o quando não escrevi naquele dia. Usei esses sites por tanto tempo que…enjoei hahaha
Agora, minhas metas são por capítulo; e não mais por palavras. Admito que de vez em quando olho a quantidade de palavras que escrevi quando termino, mas tô tentando evitar.
Essa eu ainda não apliquei, mas quero parar de escrever nos fins de semana. A gente também precisa de uma rotina de descanso, pelo bem da nossa saúde mental. Então; de segunda a sexta, escrita; sábado e domingo, DESCANSO!!!!
(Esse foi um gancho perfeito pra entrar no ponto central da newsletter hahahah)
A gente precisa descansar. Escritores, artistas, leitores críticos, mentores de escrita. A GENTE TEM QUE DESCANSAR!!!!! ANOTA ISSO!!!
Depois da bienal, vi muitos autores falando que estão, de fato, descansando e se recuperando dos dias caóticos do evento. Outros (como eu), estão escrevendo - e não, não tô falando pra ninguém parar de trabalhar com essa desculpa, é só uma reflexão.
O negócio é encontrar o equilíbrio. Vou parar de escrever nos fins de semana, mas trabalhar de segunda a sexta. Ao invés de escrever um capítulo, escrever meio.
Porque se não pensarmos isso, a gente acaba surtando. Eu tava exausto em abril, e mesmo que o tempo de pausa do meu livro tenha sido consideravelnmente grande; ele foi bom, de alguma forma. Sem ele, eu não teria pensado na newsletter e em novas formas de organizar o meu processo critativo. Talvez, até o meu livro estivesse diferente. Sei lá.
Outro dia, ouvi um negócio que ficou na minha cabeça: “Você tem que aproveitar o tédio, o ócio”. Eu não gosto de ficar sentado, sem fazer absolutamente nada; tô sendo sincero aqui. Sempre quero estar fazendo alguma coisa; nem que seja escrever pra caramba em um domingo a tarde. Ou ler um livro, bordar a capa de um álbum da Taylor Swift.
Na real, eu nem quero ficar sem fazer nada. Sério mesmo. Nem que seja a coisa mais inútil e sem graça do mundo; tipo ficar jogando uma bolinha de tênis pro alto, eu prefiro estar fazendo alguma coisa.
Tenho quase certeza que esse é um dos motivos pra escrever nos fins de semana - além do hiperfoco e dos prazos que às vezes apertam - , mas ninguém aguenta trabalhar o tempo todo (quem diz que sim tá fingindo).
A gente precisa de um descanso. Sério mesmo.
Até a próxima edição!