Nessa semana, fiquei pensando no que postar nessa edição da newsletter. Vários temas passaram pela minha cabeça, desde um filme que assisti até o que vou fazer no fim de semana. Mas nenhum deles parecia o certo.
Quando percebi isso, o medo tomou conta. E se eu não conseguir ter ideias melhores? Como vou continuar postando? Admito que ainda não sei as respostas para essas perguntas, afinal de contas, ainda não tive um milhão de ideias melhores para a Por Entre Palavras.
Bem que eu queria que as ideias surgissem magicamente na minha cabeça e eu fizesse uma lista enorme com todas elas, sem precisar me preocupar com a falta de conteúdo. Só ir escolhendo a que eu mais gostasse e ir postando toda a semana.
Em vez disso, passei a semana toda pensando em algum tema bom para postar nessa edição.
Quando criei a Por Entre Palavras, a única certeza que eu tinha era o tema do primeiro texto, “escrever sem compromisso”. O resto foi acontecendo depois, desde o nome até a estética da newsletter. Para o meu azar, as ideias das próximas edições não vieram no pacote.
E é aí que entra aquela pressão para ter uma ideia nova, para continuar postando, para manter constância. Essa é a palavra-chave: CONSTÂNCIA.
Muitas vezes nós, pessoas que trabalham com arte, pensamos que devemos manter constância em determinado projeto, por exemplo. E isso não está errado. É importante um escritor estar em contato com seu projeto com certa frequência, tanto para cumprir os prazos como para se manter conectado com a história. Isso também vale para outras áreas.
O problema começa quando a gente pensa em desistir de tudo pela falta de ideias, ou por algum imprevisto no projeto ou por qualquer outra coisa que não deveria levar a tanto.
Na sexta-feira passada, dia 19 de julho, postei a primeira edição da Por Entre Palavras. Desde aquele dia, criei uma certa confiança para continuar a utilizar esse espaço, e ainda sinto isso. Mas admito que essa confiança desmoronou em alguns momentos, pelo medo de não ter conteúdos suficientes para postar. Mesmo sabendo que isso é bem difícil, que conteúdos novos podem surgir de fontes inesgotáveis, desde uma planta caída no chão até um filme qualquer, senti uma pressão para pensar no próximo texto.
O difícil não é começar algo novo, e sim mantê-lo funcionando.
Manter a constância. Não parar de publicar. Sempre estar por aqui, lendo os textos de outras pessoas e pensando no que vou escrever nos meus. Afinal de contas, isso depende de mim. Os textos não vão se publicar sozinhos, as pessoas não vão se interessar pela minha newsletter se eu não divulgar.
Como costurar um casaco à mão. Pintar uma tela. Praticar algum esporte. Escrever um livro. Coisas que dependem de nós mesmos para funcionar.
Nós não somos máquinas. É impossível fazermos tudo o que queremos ao mesmo tempo, no modo automático, sem se preocupar com nada. Ás vezes fica difícil manter tudo funcionando; conciliar todas as nossas tarefas e não abandonar um projeto importante.
Seria bom se fosse assim. Se só precisássemos apertar um botão e tudo estaria pronto. Nossos projetos, nossos posts para as redes sociais, tudo o que precisamos e queremos terminar. Todo o trabalho seria dessa possível máquina, das engrenagens que funcionam dentro dela, encaixando-se umas nas outras e complementando um sistema criado especialmente para cumprir nossas tarefas e impedir que a gente desista.
Mas aí paramos para pensar um pouco. Essa máquina hipotética deixaria sua arte…ruim. Tudo se transformaria em algo robotizado, algo sem a intervenção humana, sem sentimento. Essa realidade nem é tão distante, é só observarmos a existência da inteligência artificial.
Então eu te pergunto: qual é a melhor opção? Manter constância nos seus projetos e na sua arte, mesmo com uma certa pressão nos seus pensamentos, mas ainda assim produzir uma arte humana e com sentimento e não apenas algo automático ou, ao invés disso, deixar tudo nas mãos de máquinas?
Admito que estava tao concentrado escrevendo sobre as máquinas que não pensei por esse lado. Essas máquinas hipotéticas são apenas uma metáfora para a capacidade que queremos ter, mas não temos. A de conciliar todos os nossos projetos e manter tudo funcionando, sem desistir no meio do caminho. E, mesmo assim, essa metáfora acabou provando um ponto que também está relacionado ao assunto dessa edição.
Mas respondendo à pergunta, prefiro a primeira opção. E tenho certeza que a maioria dos escritores e artistas concordam comigo. É muito melhor me esforçar para conciliar os meus projetos, manter a constância, estar sempre por aqui, afinal, tudo o que escrevo é humano. Sem a interferência de máquinas.
E acho que algo ao contrário disso nem deveria ser considerado arte, mas não vou me aprofundar tanto nesse assunto por agora - é melhor deixar para outra edição.
O que estou querendo dizer é que, mesmo com aquela pressão para se manter focado nos projetos e para conciliar tudo, é melhor encarar isso de uma forma melhor e continuar produzindo um trabalho humano do que confiar tudo às máquinas.
Não estou falando que a pressão deve continuar, mas devemos lidar com ela de outra forma. Nós sempre achamos que podemos fazer mais do que realmente conseguimos; criamos metas absurdas, passamos madrugadas inteiras trabalhando. Isso é um problema, já que quando percebemos que não é bem assim, ficamos frustrados com nós mesmos.
Fiquem com essa reflexão por hoje e, lembrem-se: O difícil não é começar algo novo, e sim mantê-lo funcionando. Nós não somos máquinas, não adianta passar do limite, mas isso não significa que não devemos nos esforçar pelo nosso trabalho.
Obrigado por ler até aqui, espero que tenham gostado! Aproveita pra curtir o post e se inscrever na newsletter :)
Até o próximo post!
Super concordo com o que disse. Nossa dificuldade nem sempre é começar fazer algo novo, e sim manter as coisas todos os dias. As vezes nós só temos que lembrar que somos humanos e não máquinas. Ótimo ponto de reflexão você trouxe, obg